Muitas vezes
cheguei a pensar que uma vida cem por cento feliz seria aquela em que não
houvesse o peso das responsabilidades: em que nós pudéssemos ter horas e horas
disponíveis para admirar a beleza do mar ou, simplesmente, ficarmos deitados em
nossas camas, com a única missão de olhar para o teto e manter a mente vazia,
sem qualquer pensamento, nem bom, nem mal.
Mas, quando
a nossa rotina afrouxa e temos mais tempo disponível para fazermos o que
quisermos, vemos o quanto as responsabilidades fazem parte da nossa rotina, até
mesmo quando nós não somos remunerados para fazer determinadas funções.
Se resolvemos
ficar parados, olhando para o teto, principalmente se somos pessoas mais
agitadas, veremos algum defeito nele (que a pintura está descascando ou como
ele está sujo, por exemplo) e, logo em seguida, vamos pensar que a nossa missão
naquele momento não é ficar descansando, e sim pegar um pano ou uma lata de
tinta para resolvermos o “problema”.
Se estamos
desempregados, nossa missão diária será procurar um emprego, o que, muitas
vezes, exige que “trabalhemos” para mostrar para o futuro empregador as nossas
capacidades. Ou seja, mesmo que não tenhamos um emprego fixo ou grandes
problemas que precisamos resolver com urgência, nós, seres humanos, estaremos
sempre assumindo responsabilidades. Este aspecto é positivo, já que pode nos
deixar menos ansiosos em relação a alguma coisa que queremos conquistar e
talvez não esteja tão fácil assim, como um emprego, por exemplo. Mas, ao mesmo
tempo, precisamos nos doutrinar para que determinadas tarefas não nos faça desviar
a nossa atenção ao que realmente buscamos.
Por isso,
cada tempo que vamos “gastar” para fazer determinada função (até mesmo para o
nosso lazer) deve ser controlado para que consigamos manter o foco. E, a cada
dia que passa, eu tenho percebido isso: sem organização, não chegamos a lugar
algum. Ser organizado é mais uma função que teremos que inserir em nossas
responsabilidades diárias.